Histórico

Os Processos Biológicos como uma ciência quantitativa foi inicialmente descrita no século 19 por Hermann von Helmholtz cujos estudos sobre o metabolismo levaram à determinação da primeira lei da termodinâmica. Helmholtz estudou a fisiologia humana, dando importantes contribuições para a audição, visão, condução neural e equilíbrio energético. Os processos biológicos permitem a união dos dados produzidos por estudos genômicos, proteômicos e metabolômicos que têm permitido um grande avanço no entendimento da biologia humana e das doenças em geral. No entanto, o funcionamento dos mais simples dos organismos, como as bactérias ou os fungos, é muito mais complicado do que a soma dos seus genes ou proteínas ou metabólitos. é a atividade de todos estes componentes e suas interrelações que fazem um organismo vivo.
 
Reconhecendo esta complexidade, uma nova área vem surgindo na tentativa de utilizar o poder da matemática, engenharia e ciências da computação para analisar e integrar dados e assim, finalmente, criar um modelo dos sistemas biológicos como um todo. Modelos matemáticos têm sido utilizados para simular, planejar e interpretar experimentos em vários ramos da biomedicina incluindo a endocrinologia, fisiologia cardiovascular, imunologia, neurofisiologia e ciências cognitivas. A abordagem dos sistemas biológicos tem mostrado não apenas o efeito químico na expressão gênica, mas como a expressão vai afetar a função protéica e, desta forma, a sinalização celular. Os modelos iniciais são mais descritivos à medida que mais informações são conhecidas - novas descobertas - os modelos se tornam mais gráficos, permitindo a visualização de uma célula normal de forma mais complexa assim como os efeitos de defeitos em diferentes sistemas. David Schwartz infere: sistemas biológicos podem nos ajudar a compreender processos biológicos, mas nós temos que colocá-los no contexto das doenças humanas.
 
Com fundamento nesses paradigmas, a Congregação do Instituto de Ciências da Saúde e a Câmara de Pesquisa e Pós-graduação da UFBA em 19 de dezembro de 2007 e 22 de janeiro de 2008, respectivamente, aprovaram, por unanimidade, o Programa de Pós-graduação Processos Interativos dos órgãos e Sistemas sustentado na área de Concentração denominada Estudo Integrado dos Órgãos e Sistemas em função da natureza transversal de suas linhas de pesquisa e da sua correspondente estrutura curricular. Esta potencialidade assegura a interação entre a produção e transmissão do conhecimento fundamental e o aplicado, no processo de compreensão e integração dos fenômenos próprios da homeostasia e dos distúrbios funcionais que podem vir a comprometê-la. Os instrumentos clínicos e tecnológicos a serem utilizados na implementação das linhas de pesquisa pautadas, certamente, possibilitarão a construção e reconstrução do conhecimento inovador, o que representará um constante avanço no estudo das interações entre os sistemas biológicos e os meios aos quais se relacionam que darão origem à função e ao comportamento de um sistema específico perante as adversidades. Portanto, trata-se de campo do saber considerado contemporaneamente emergente, uma vez que tem como alvo a compreensão efetivamente interdisciplinar dos processos moleculares e biológicos integrados em nível de sistemas.
 
A resposta ao desafio acadêmico interdisciplinar de tal magnitude encontra respaldo nos atuais recursos humanos envolvidos com o Programa e, com absoluta convicção, nas gerações que se sucederão. Esta concepção acadêmica recomendada em 10 de dezembro de 2008 com grau 4 pela CAPES, se reflete na área de concentração materializada nas linhas de pesquisa coerentes com os diversos projetos registrados na proposta, cuja exequibilidade tem sustentação na infraestrutura dos laboratórios e setores envolvidos e nas atuais condições de trabalho oferecidas pelo Instituto de Ciências da Saúde da UFBA. De acordo com os dados registrados na Plataforma Lattes, a análise do quadro docente envolvido com o Programa de Pós-graduação em tela, além de deixar claro que os grupos de professores envolvidos com a proposta em pauta e que vêm trabalhando de forma articulada, revela, também, a importância e a consistência dos diversos projetos de pesquisa concluídos, em fase de execução e em processo de construção.
 
Neste contexto, merece destaque a trajetória da Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Periódico institucional editado pelo Instituto de Ciências da Saúde. Esta iniciativa acadêmica tem, também, a incumbência da divulgação dos anais de seminários, simpósios e oficinas a serem realizados pelos Programa de Pós-graduação, além da responsabilidade de disseminação de relevante parcela de artigos a serem produzidos, contribuindo dessa forma, para o aumento da produtividade científica do corpo docente e discente. A expansão das atividades científicas está assegurada pela tecnologia pedagógica baseada na educação à distância, tendo em vista o fato do Instituto dispor de auditórios especiais dotados da infraestrutura necessária à realização de vídeo conferências. No tocante à infraestrutura destinada ao Programa pelo Instituto de Ciências da Saúde se destacam além dos Laboratórios de Informática e da Biblioteca Central de saúde da UFBA, os Laboratórios Especializados que paralelamente às atividades de pesquisa, realizam relevantes serviços de extensão e de prestação de serviço à comunidade. Concomitantemente, os laboratórios, ambulatórios e enfermarias que estão sob a responsabilidade dos Professores/Pesquisadores credenciados pelo Programa, lotados nas Faculdades de Medicina e Odontologia da UFBA, na Fundação Gonçalo Muniz - FIOCRUZ BA e na Universidade Estadual de Feira de Santana complementam a infraestrutura oferecida.